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Zara fechará pelo menos 6 lojas em shoppings no Brasil, diz jornal

Marca espanhola atribuiu decisão à queda de resultados durante a pandemia do novo coronavírus

SÃO PAULO – A Zara, rede espanhola de moda fast fashion, deve encerrar a operação de pelo menos seis lojas ainda em janeiro. O número representaria pouco mais de 10% do total de pontos comerciais no país, e o fechamento de mais unidades ainda está em discussão. As informações são do jornal Valor Econômico.

As lojas entregues serão as localizadas nos centros de compra das marcas Aliansce Sonae, Ancar e Almeida Júnior. Fontes consultadas pelo jornal afirmam que unidades já foram fechadas no Continente Shopping (São José, SC) e no Garten Shopping (Joinville, SC). No final do mês, deixarão de operar as lojas no Shopping Bosque dos Ipês (Campo Grande, MS), no Passeio das Águas Shopping (Goiânia, GO), no Uberlândia Shopping (MG) e no Golden Square Shopping (São Bernardo do Campo, SP).

As administradoras Almeida Junior, Ancar e Aliansce Sonae confirmaram os fechamentos de lojas no Brasil ao Valor Econômico. Ainda de acordo com o jornal, a Zara já havia informado aos shoppings que esperava mais fechamentos em 2021.

A Zara chegou ao Brasil em 1999, com um plano ambicioso de alcançar 100 lojas. O número está em cerca de 50 pontos atualmente. O InfoMoney entrou em contato com a Inditex, grupo detentor da marca Zara, para apurar o fechamento de lojas. A empresa ainda não respondeu à solicitação.

O motivo seria a queda de resultados da marca espanhola durante a pandemia do novo coronavírus. De acordo com um estudo da consultoria McKinsey, a indústria da moda teria sofrido uma queda de 93% em seu lucro ao longo de 2020, ante uma alta de 4% em 2019.

O último balanço divulgado pela Inditex, referente ao terceiro trimestre de 2019, menciona que os resultados foram afetados pela crise na saúde. No período, 5% das lojas do grupo permaneceram fechadas e outras 88% tinha restrições no horário de funcionamento. O resultado líquido ficou em 866 milhões de euros, queda de 29% na comparação entre o terceiro trimestre de 2019 com o mesmo período de 2020.

Além da redução de fluxo nos centros de compras, outro agravante é que a Zara depende de importações, que são expostas à variação cambial. Com a moeda brasileira desvalorizada, os custos maiores se refletem nas roupas. A logística internacional também encarece os custos de distribuição e diminui a margem da Zara por aqui.

De acordo com o “índice Zara”, indicador criado pelo banco BTG para comparar o custo do vestuário para o consumidor em 50 diferentes países, ao levar em conta a paridade do poder de compra, os preços praticados por aqui foram 132% mais caros do que nos EUA em 2020. Só ficamos atrás de África do Sul, Rússia, Índia, Turquia, Tailândia e Vietnã.

Para minimizar o impacto da pandemia de Covid-19, a Inditex menciona em seu último balanço que trabalhou em otimizar estoque, logística e despesas de operação. Outra estratégia do grupo foi fortalecer a frente de vendas online, que cresceu 76% no terceiro trimestre de 2020.

Pablo Isla, CEO da Inditex, apresentou em junho do mesmo ano o plano para o grupo de moda até 2022. Eles envolvem investimento de 2,7 bilhões de euros em transformação digital e sustentabilidade. As vendas online devem representar um quarto do total em três anos. Também até 2022, 1.200 lojas da Inditex devem ser fechadas, segundo o jornal britânico The Guardian.

Além do movimento de digitalização da moda durante a pandemia, a Zara também se encaixa na revisão do movimento fast fashion – coleções produzidas para consumo por impulso, assim como no fast food, e troca recorrente. A Forever 21, fast fashion para jovens, também anunciou neste mês o fechamento de todas as suas 11 lojas nos shoppings da rede Multiplan. O encerramento das operações já começou e vai terminar em fevereiro.

O foco das grandes marcas de moda está agora em manter a agilidade esperada pelos consumidores, mas combinada à sustentabilidade. Segundo a McKinsey, a “quarentena do consumo” acelerou mudanças de comportamento nos consumidores. Elas incluem a antipatia a modelos de negócio que geram desperdício – e o favorecimento das empresas que focam em digitalização, vendas sob demanda e design não limitado às estações do ano.

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