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As empresas globais imunes à moda — e por que procurar por elas

Oliver Mizne, da Geo Capital, explica por que busca empresas fora de moda.

Dizem que a moda é um pêndulo. O que esteve na moda anos atrás hoje está fora, mas pode voltar com tudo nos próximos. E no mercado de ações pode acontecer o mesmo: um papel em baixa hoje pode atrair muita gente no futuro e seus preços subirem muito. 

É claro que as tendências que fazem uma ação estar ou não na moda são muito diferentes das que fazem roupas estarem em alta ou baixa. Papéis sobem e descem por dados macroeconômicos, tendências do mercado, números das próprias empresas e muito mais (sobre as roupas, não sabemos).

No Coffee & Stocks desta quarta-feira, Guilherme Giserman, da XP Investimentos, conversou com Oliver Mizne, da Geo Capital, sobre ações que sofrem menos com essas tendências. Abaixo, os principais trechos:

Buscamos empresas que vão bem, independentemente das discussões da vez. Hoje é a covid e a vacina, há pouco eram as eleições americanas… Partimos da premissa que não queremos ter opinião sobre esses assuntos. Tentamos entender as empresas que vão muito bem em muitos cenários macro diferentes e tentamos comprá-las quando o mercado dá uma oportunidade ou quando ela está em um momento ruim, ou seja, fora de moda.

Entre 2015 e 2020, metade do ganho do S&P veio das FAANGs (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google), mas o nosso é diferente. Boa parte da rentabilidade veio de Moody’s, a empresa de ratings, Disney, John Deere, uma empresa de tratores super dominante, e Tiffany, a joalheria que faz a mesma coisa há 100 anos. São empresas mais mundanas, que não dependem de uma nova fase do mercado ou da consolidação de uma tendência. 

Uma ação que há muito tempo não conseguíamos comprar nas condições atuais é Diageo, dona da Smirnoff, Johnny Walker e outras marcas grandes marcas globais de bebidas. A empresa tem sede no Reino Unido e é muito dominante na Índia e África. Os dois últimos lugares onde os governos não confiaram que bares realmente fechariam e proibiram venda de bebidas. O mercado pegou as duas informações, o preço caiu e ficou muito vantajoso. 

No pós-pandemia a empresa atende tanto quem está em casa quanto quem está no bar. Como tem um portfólio global, também vende para países que estão em qualquer fase da pandemia e da vacinação

Berkshire Hathaway, CBOE, Booking também são empresas que temos não porque vão surfar uma onda ou uma tendência nos próximos meses, mas porque continuam numa tendência longa e crescimento para as quais o mercado antecipa coisas muito ruins que acreditamos que não vão acontecer. Estão fora de moda, mas devem voltar.

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