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Apoio a Bolsonaro cai em meio a piora da pandemia e fim de auxílio emergencial, mostra XP/Ipespe

Segundo levantamento, grupo de eleitores que avaliam a atual administração como ótima ou boa caiu de 38% para 32% em um intervalo de um mês

SÃO PAULO – A virada de ano para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi marcada por uma piora nos níveis de aprovação de seu governo e uma percepção mais negativa dos eleitores sobre a forma como a atual administração tem lidado com a pandemia do novo coronavírus. É o que mostra nova edição da pesquisa XP/Ipespe, divulgada nesta segunda-feira (18).

Segundo o levantamento, o percentual de eleitores que avaliam a atual administração como ótima ou boa caiu de 38% para 32% em um intervalo de um mês. É o menor patamar desde julho do ano passado, quando o país passava pelas maiores taxas de casos confirmados e mortes diárias provocadas por Covid-19.

Já o grupo dos que classificam o governo como ruim ou péssimo foi de 35% em dezembro para atuais 40% – maior marca em seis meses. Outros 26% veem a atual gestão como regular, ao passo que 2% preferiram não responder.

O movimento coincide com o agravamento da situação da pandemia no país e o aumento no nível de preocupação da população com a crise sanitária.

De acordo com o levantamento, 77% dos entrevistados estão com um pouco ou muito medo. De outubro para cá, subiu de 30% para 56% o grupo dos que acreditam que o pior da pandemia ainda está por vir.

A pesquisa foi realizada no período de 11 a 14 de janeiro – portanto, capturou parcialmente os impactos do colapso do sistema de saúde no Amazonas com a falta de oxigênio para pacientes nas unidades médicas – e ouviu 1.000 eleitores de todas as regiões do Brasil por meio de entrevistas telefônicas conduzidas por operadores. A margem máxima de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Para 52% dos entrevistados, a atuação de Bolsonaro no enfrentamento ao novo coronavírus tem sido ruim ou péssima – salto de 4 pontos percentuais em comparação com dezembro e maior patamar em sete meses. Já os que avaliam positivamente a gestão da crise somam 23% – oscilação negativa de 3 pontos percentuais no mesmo comparativo.

A piora na percepção ocorreu até mesmo entre eleitores que dizem ter votado em Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais de 2018. Em dezembro, 48% avaliavam positivamente a gestão da crise – agora são 42%. O grupo chegou a somar 51% em abril do ano passado. Hoje, 27% dos que dizem ter votado em Bolsonaro dizem que sua atuação na crise é ruim ou péssima.

Entre os que hoje classificam positivamente o governo, 31% dizem que a atuação no combate à pandemia é ruim ou péssima, o que corresponde a um salto de 14 pontos percentuais em relação a dezembro. Por envolver apenas uma fatia da amostra pesquisada, é natural que o recorte sofra mais flutuações e tenha maior margem de erro elevada. Mas os números chamaram a atenção dos analistas.

O movimento contrasta com a avaliação sobre a atuação de governadores durante a crise, considerada positiva por 36% dos eleitores – uma oscilação negativa de apenas 1 ponto percentual em comparação com o mês anterior. As classificações negativas, por sua vez, foram de 27% para 25% no período.

O desempenho negativo de Bolsonaro também coincide com o fim do auxílio emergencial – instrumento que beneficiou mais de 70 milhões de desempregados, trabalhadores informais e beneficiários outros programas sociais durante a pandemia. O auxílio, encerrado em dezembro mas ainda com as últimas parcelas sendo distribuídas no início de 2021, pagou R$ 600 mensais em seu início.

Mas não foi observada evidência estatística forte que mostrasse um impacto relevante do fim do benefício sobre a popularidade do presidente. Pelos cruzamentos do levantamento, até o momento, há pouco desvio de trajetória na avaliação de governo entre quem foi ou não contemplado pelo programa.

A rodada de janeiro da pesquisa mostrou, ainda, que 50% dos entrevistados defendem que seja criado outro programa semelhante ao auxílio emergencial por mais alguns meses. Outros 20% defendem a ampliação do Bolsa Família, enquanto 25% dizem que nenhuma das duas coisas deveriam ser feitas.

Em relação ao que acreditam que será a postura adotada pelo governo, os eleitores mostram uma divisão entre os que apostam em alguma ampliação de benefício (45%) e os que não acreditam nisso (47%).

Embora não se tenha identificado correlação significativa entre o fim do auxílio emergencial e a tendência negativa para a aprovação de Bolsonaro, há um risco de o efeito ser mais visível nos próximos meses, quando não houver mais parcelas a serem pagas.

Um dos cruzamentos da pesquisa mostra que 13% avaliam o governo positivamente e acreditam que deveria haver uma prorrogação no benefício ou ampliação do Bolsa Família. Na visão dos analistas, isso significa que 13 pontos percentuais dos 32% de aprovação de Bolsonaro estão sob maior risco de eventual frustração – e, portanto, mudança de percepção sobre a atual administração.

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